A empresa Tecnologia Bancária S.A, rede de caixas eletrônicos Banco24Horas, anunciou que vai desativar todos os caixas eletrônicos no município de Mossoró e outras cidades. Em todo o Brasil, são cerca de 600 municípios atendidos pelos terminais da empresa.
Em Mossoró, segundo o site da empresa, há 44 terminais atualmente, a maioria em supermercados, lojas e até farmácias.
O motivo da desativação é basicamente uma briga judicial entre a Banco24Horas e as transportadoras de valores.
Em outubro deste ano, a ÉPOCA destacou o acirramento entre as duas organizações, que já estava gerando a desativação de terminais em outras cidades do país, como é o caso de Salgadinho, no Distrito Federal.
Segundo o site, a Tecnologia Bancária S.A, ou TecBan, tem sua própria transportadora de valores, a TBForte, que abastece 40% de sua rede.
A Prosegur e a Protege, as duas principais transportadoras de valores do país, são contratadas para cobrir cerca de 30% dos terminais.
Em julho, elas exigiram da TecBan reajustes de 25% a 30% nos valores dos contratos, sob o argumento de que os custos aumentaram desde o ano passado – principalmente com seguro, por causa do aumento de casos de roubo e furto.
O aumento pedido pelas transportadoras, que em valores absolutos seria de R$ 50 milhões por ano, está bem acima da inflação dos últimos 12 meses, de 2,71% pelo IPCA.
A TecBan, ainda segundo a ÉPOCA, negou o reajuste. Ainda entrou na Justiça de São Paulo, pedindo que os contratos fossem mantidos nas condições atuais por 180 dias, até que novas empresas fossem contratadas.
A vitória da TecBan foi parcial. Em decisões distintas do fim de julho e início de agosto, a 16ª Vara Cível e 11ª Câmara de Direito Privado deram metade do prazo, 90 dias, para que as transportadoras terminem de prestar seus serviços até que a TecBan contrate novas empresas.
Foi nesse momento que a briga virou caso de polícia. O processo de transição das antigas empresas para as novas gerou desentendimentos, trocas de acusações e ao menos 40 boletins de ocorrência registrados no Distrito Federal, em Goiás e em São Paulo.
De um lado, funcionários da TecBan acionavam guarnições policiais para impedir que os seguranças da Protege esvaziassem os caixas eletrônicos, sob o argumento de que o contrato ainda estava vigente.
A Protege diz ter sido informada por e-mail pela própria TecBan de que uma nova empresa já estava sendo contratada e que por isso deu início ao desabastecimento dos caixas. A decisão judicial prevê que, quando uma nova empresa for contratada, é possível interromper os serviços.
A TecBan diz que o contrato com a nova empresa ainda estava em negociação. Em outros boletins de ocorrência, representantes da Protege acusam a TecBan de ter danificado a fechadura dos cofres dos caixas eletrônicos para impedir que o dinheiro fosse retirado.
Com informações Blog do JBelmont