quinta-feira, 12 de julho de 2018

RN deve receber novos investimentos em energias renováveis.

Foto: Reprodução

O Rio Grande do Norte e Ceará são candiados a receber novos empreendimentos da Petrobras, que anunciou nesta semana que aumentará seus investimentos em energia limpa, com foco na geração de energia eólica e solar. 
Para realizar o projetos, a estatal escolheu a francesa Total, que ano passado adquiriu a Eren Renewable Energy e este ano a Direct Energy, ambas dedicadas à energia limpa.
A ideia é utilizar áreas terrestres da Petrobras no Nordeste e a tecnologia da Total. Segundo o diretor de Estratégia, Organização e Sistema de Gestão, Nelson Silva, a estatal ainda não tem orçamento específico para o novo negócio, que dependerá dos projetos que forem desenvolvidos pela joint venture a ser criada pelas duas companhias. Os estados no Rio Grande do Norte e Ceará são candidatos a receber empreendimentos eólicos, devido à força do vento dessas regiões.
"Uma das particularidades da eólica é ter área física para instalar equipamentos. A tecnologia a Total já tem, está passos à frente da Petrobrás, e nós temos áreas no Brasil, vamos casar essas áreas com a tecnologia", disse em teleconferência.
A parceria, ainda limitada a um memorando de entendimento para avaliar novos negócios, abre as portas da estatal brasileira para um caminho que está sendo traçado há alguns anos pela indústria do petróleo, que vê aos poucos a era do combustível fóssil (petróleo, gás natural) dar lugar a uma economia de baixo carbono (energia renovável).
No ano passado, o Banco Mundial anunciou que deixará de financiar projetos de petróleo e gás para focar em energia renovável, o que também ajudou a despertar o interesse das grandes petroleiras como ExxonMobil, BP, Eni, Repsol, Shell, Statoil, Wintershall e Total. O objetivo é ajudar a cumprir o Acordo de Paris, que traçou metas para reduzir a emissão de gás carbônico na atmosfera.
De acordo com a Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês), os investimentos em energia limpa saíram de US$ 47 bilhões em 2004 para o pico de US$ 312 bilhões em 2015 e US$ 241,6 bilhões em 2016. No mesmo ano, a indústria do petróleo registrou queda de 12% nos investimentos em relação ao ano anterior, para US$ 708 bilhões.
Para acompanhar essa onda, o próximo Plano de Negócios da Petrobrás (2019-2023) terá mais ênfase nos investimentos de energia limpa do que o atual (2018-2022), e muito mais do que no auge da crise da petroleira, nos dois anos anteriores, que segurou os investimentos na área, inclusive com o abandono da produção e biocombustíveis.

Por Caio Vale

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