sábado, 22 de janeiro de 2022

Avanço da senadora Simone Tebet pode fazer sangrar candidatura de Doria.

Foto: Reprodução

Não está fácil a vida do governador João Doria, pré-candidato do PSDB a presidente da República. Ontem, a Executiva do Cidadania, reunida com representantes de 24 diretórios regionais, por 17 a 3 decidiu ampliar os entendimentos para a formação de uma federação partidária e montou uma comissão para conversar também com o Podemos, o MDB e o PDT. Há resistências à candidatura de Doria no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, no Paraná, na Bahia, na Paraíba, no Distrito Federal, em Goiás, no Pará e no Amapá, estados que admitem até não coligar e disputar as eleições com chapa própria. Simpático à aliança com Doria, o presidente do Cidadania, Roberto Freire, líder histórico da legenda, defende a federação com os tucanos na perspectiva de um projeto futuro de fusão, que seria um reencontro social-democrata. Pré-candidato à Presidência, o senador Alessandro Vieira (SE) foi escolhido para coordenar as conversas da comissão com as demais legendas.

Enquanto a federação com o Cidadania está no telhado, Doria enfrenta uma articulação dos dissidentes do PSDB com a candidata do MDB, Simone Tebet (MS). Para o senador Tasso Jereissati (CE), a emedebista pode surpreender na campanha. Tebet também conta com o apoio do senador José Aníbal (SP), outro adversário de Doria que trabalha para que os aliados do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite — que disputou com Doria e perdeu as prévias do PSDB —, venham a se engajar na candidatura de Tebet. Embora Doria tenha 2% de intenções de votos e Simone, 1%, as pesquisas de opinião mostram uma rejeição muito mais alta ao governador de São Paulo: enquanto a senadora tem 5%, o tucano registra 23%.

Tebet desconversa quanto às articulações com os dissidentes do PSDB, mas participou de uma reunião, na semana passada, na casa de Aníbal, com Tasso e Michel Temer. Na ocasião, o ex-presidente da República informou que o presidente do MDB, Baleia Rossi, já havia contratado o marqueteiro Felipe Sotello, que faz a campanha do falecido prefeito paulistano Bruno Covas, para cuidar da imagem de Tebet.

Entretanto, Doria também tem seus aliados no MDB. Em São Paulo, as duas legendas formam um só bloco político, no estado e na capital. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que assumiu o cargo com a morte do titular, sempre foi aliado do PSDB. Ex-ministro da Secretaria de Governo de Michel Temer, Carlos Marun (MDB) não esconde a simpatia por um acordo entre Tebet e Doria. O tucano tem afirmado que gostaria de uma mulher como vice.

Em contrapartida, uma ala expressiva do MDB já cristianiza a candidatura de Tebet, antes mesmo da largada da campanha eleitoral. O grupo político formado pelos senadores Renan Calheiros (AL), Eduardo Braga (AM) e Jader Barbalho (PA), e os ex-senadores Eunício de Oliveira (CE) e Romero Jucá (RR), além do ex-presidente José Sarney, é tradicional aliado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Já o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (TO), e o senador Fernando Bezerra (PE), ex-líder do governo no Senado, apoiam a reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Até agora, porém, não há manifestações públicas contra a senadora de seus colegas de Senado.

Por Estado de Minas

Nenhum comentário:

Postar um comentário