Uma fazenda leiteira de Minas Gerais começou a praticar o bem-estar das vacas e bezerras e conseguiu melhorar os resultados de sua produção.
A propriedade, localizada no Parque Estadual da Serra do Papagaio, pertence à família Zuniga e conta com mais de 210 animais da raça holandesa.
A ideia surgiu quando os criadores perceberam que o rebanho estava produzindo abaixo do esperado. As mudanças começaram com a instalação do sistema Compost Barn, desenvolvido nos Estados Unidos na década de 80 e que já está no Brasil há 10 anos.
Uma das vantagens dele, por exemplo, é que os animais, no período de lactação, têm mais conforto, apesar de continuarem em um espaço fechado.
Também ocorreram mudanças para uma alimentação adequada e melhoramento genético do rebanho, permitindo a inclusão de uma terceira ordenha à noite e um aumento de 20 para 30 litros na quantidade de leite obtida.
Além do aumento da produção, os animais também adquirem menos doenças, como carrapatos, segundo os criadores.
Mimos
O tratamento especial às vacas e bezerras começa desde o nascimento. Todas recebem um nome, que equivale a um município de Minas Gerais, uma homenagem ao estado.
"Ainda que exista a crença de que, por ser um bicho grande, a vaca não precisa de cuidados especiais, na realidade, essas coisas fazem toda a diferença", diz Eveline Zuniga, veterinária e uma das proprietárias da fazenda.
É ela que implementa os mimos com os animais. Exemplo disso são as bolas de pilates, usadas como brinquedos pelas vacas.
Outras regalias são importantes para a própria saúde do animal. É o caso da cama. O espaço é composto por esterco, urina e serragem de madeira. O ideal é que esteja sempre seco e bem arejado. Para isso, há ventiladores instalados na área, que ficam ligados 10 horas por dia.
Além disso, desde que o galpão foi construído, ele passou por adaptações para melhorar a ventilação. Por exemplo, o muro foi derrubado e o telhado expandido para a chuva não entrar.
Sutiã para vaca
A veterinária Eveline também implementou o sustentador de úbere, que funciona na prática como sutiã para as vacas. O objetivo do equipamento é jogar o peso do úbere (ou seja, as tetas) para o dorso do animal para gerar mais conforto.
A ideia deu certo e, hoje, Eveline fabrica os sutiãs para outros criadores. Mas nem sempre foi assim. Ela conta que, no começo, todo mundo deu risada e disse que ela estava gastando dinheiro com uma "bobeira".
Ela afirma que mesmo que algumas pessoas pensem que todos esses cuidados são um exagero, vale a pena investir no bem-estar animal, porque quanto mais bem-estar ele tiver, mais o animal produz.
Por g1 Agro
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