segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Luiza Trajano, dona da Magalu, admite que é socialista desde os 10 anos.

Foto: Reprodução

Luiza Trajano sabe colocar suas ideias (em geral, muito boas) com precisão e transparência, mérito que lhe ajudou ser quem é: a principal voz do empresariado brasileiro, chegou ao posto de segunda mulher mais rica do país em 2019 (dona de um patrimônio estimado em R$ 23 bilhões) e em 2021 foi eleita como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista americana Time.

Presidente do Conselho Administrativo da rede varejista Magazine Luiza, a empresária se agigantou na pandemia, depois de um princípio de burnout, utilizando sua energia agregadora para se exercitar no campo político. Este mês, foi tema de uma reportagem extensa do jornal The New York Times, que a descreve como uma defensora implacável das vacinas, destacando a sua mobilização para pressionar o governo a agir rapidamente e imunizar a população.

Na mesa de seu escritório ficam montados dois ring ligths o tempo todo. Luiza é pop. Nos meses de isolamento, fez mais de 400 lives para seu canal do Youtube, debatendo assuntos de interesse nacional, entre eles o da importância da política de cotas para negros. Em 2020, destinou 100% das vagas do programa de formação de líderes da empresa para candidatos negros. “Aprendi muito cedo o que é empatia, trabalhei durante um longo tempo no balcão. Empatia é você trocar com o outro, no mundo do outro”, diz ela.

Confira abaixo trecho de entrevista concedida ao UOL, onde admite ser socialista desde os 10 anos. 

Você é feminista?

Se ser feminista é ser a favor da igualdade entre homens e mulheres, sou sim. Mas temos que tomar cuidado com as palavras. Por exemplo, o termo socialismo. Um dia desses me definiram como uma “empresária socialista”. Olha, se socialista é quem é a favor da igualdade social, sou socialista desde os 10 anos. 

Fale mais sobre o seu lado socialista.       

Nesse sentido, sou completamente a favor das cotas, por exemplo, como um processo transitório para acertar desigualdades, tanto em relação aos negros, quanto às pessoas com deficiências, às mulheres. Essa é uma posição transitória. Se houve uma escravidão de quase 400 anos, com uma abolição que não existiu e que deixou marcas terríveis na nossa sociedade, é preciso oferecer oportunidades. Senão, não tem jeito. E muitos dos processos históricos do nosso país tornaram-se crenças limitantes, das quais temos que nos libertar.

Por Portal Potiguar

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