terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Sucessão de Allysson Bezerra em Mossoró já agita bastidores.

Foto: Secom/PMM

Concluído o processo eleitoral geral e ainda no calor do desarmamento dos palanques a atmosfera nos bastidores políticos de Mossoró já é de especulação em torno da sucessão do prefeito Allyson Bezerra, que certamente, tentará a reeleição. 

E a oposição tem pressa, levando em conta o avanço de Allyson no campo da aprovação administrativa de acordo com as pesquisas reveladas recentemente, assim como com a  permissão da Câmara Municipal para que o prefeito possa contrair empréstimo milionário garantindo a instalação de um enorme canteiro de obras na cidade. 

O desgaste do prefeito Allyson está no campo político, já que a bem sucedida gestão que se mostra, não foi suficiente para que ele pudesse eleger os candidatos que apoiou com afinco e trabalho nas eleições deste ano. 

A fragilidade política já vinha sendo notabilizada pelas constantes perdas de aliados de primeira hora, quando todas essas dissidências saíram atirando e expondo praticamente as mesmas vísceras: arrogância, autoritarismo, centralização, autopromoção exagerada, perseguição e sinais exteriores de riqueza, em contraponto a pecha de homem simples, humilde e “pobrezinho”, este último que o ajudou o bastante para garantir sua vitória contra a ex-prefeita Rosalba Ciarlini, após a má colocação da ex-prefeita no último debate político.

Mesmo assim, para Allyson, a robustez mostrada pela administração será o suficiente para lhe garantir a reeleição e sequenciar o projeto de ser protagonista no pleito majoritário ao governo estadual em 2026. Sua torcida é exatamente fracionar a oposição para chegar dividida, assim como pensou Rosalba em 2020, mas terminou perdendo o embate. 

Foto: Arquivo/JORNAL DE FATO

E nome na oposição é o que não falta para se postar no tabuleiro das próximas eleições: o vice-prefeito Fernandinho das Padarias, o primeiro a romper, não obteve êxito nas eleições deste ano depois de ser candidato a deputado federal, mas se articula para encontrar acomodação  política em 2024, fora do arco de alianças de Alysson. 

Foto: Edilberto Barros 

Já os vereadores Tony Fernandes e Pablo Aires, que também não conseguiram êxito nas eleições gerais, se destacaram e marcaram território. Há quem acredite numa dobradinha na disputa pela Prefeitura, mas com aceno de outras alas oposicionistas. 

Foto: Web

A ex-prefeita Rosalba Ciarlini deve voltar ao páreo e já tem mantido fácil diálogo com setores da oposição, incluindo a sua família política, onde ainda pulsam a ex-deputada Sandra Rosado e a vereadora Larissa Rosado. O empresário Jorge do Rosário silenciou politicamente após perder novamente para deputado estadual, mas não será nome descartado numa nova composição. 

Foto: Arquivo pessoal 

Enquanto isso emerge a ex-prefeita Cláudia Regina, pelas mãos dos vitoriosos deputados federal João Maia e o estadual diplomado Neilson Diógenes.     

Foto: Web

A incógnita é como virá o PT em Mossoró, depois da reeleição da governadora Fátima Bezerra e do retorno do presidente Lula ao poder central. A vitoriosa deputada estadual Isolda Dantas, se mostrar vigor nas disputas para o legislativo, não consegue ser vista com a mesma desenvoltura para cargos do Executivo. Mas deve ser novamente o nome para a Prefeitura. 

Lawrence Amorim 

Foto: Edilberto Barros 

Outra incógnita é a situação do presidente da Câmara Municipal Lawrence Amorim, aliado do prefeito Allyson Bezerra. Com votações marcantes nas duas vezes que disputou a Câmara dos Deputados, nas últimas eleições ele não obteve êxito, mas saiu muito maior a ponto de não ser mais visto como possível candidato a vereador novamente.  Pode sim, entrar no elenco das chapas majoritárias. 

Bolsonarismo raiz não descarta impulsionar Nayara Gadelha para disputar a Prefeitura 

Foto: Arquivo pessoal 

Sobrinha do ministro da defesa e ex-comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, a ex-vice-prefeita de Mossoró, Nayara Gadelha certamente foi a única mulher política de Mossoró a assumir a condição de bolsonarista raiz, dar a cara a tapa e se engajar na campanha do presidente bolsonaro com ampla participação nas movimentações políticas em Mossoró. 

Essa constante presença a credenciou a ser lembrada por uma grande parcela de apoiadores do presidente Bolsonaro, como peça de manutenção de um espaço entre eleitores que se encontrarão órfãos de liderança mossoroense identificada com o bolsonarismo, logo que o atual presidente deixe o poder. 

Figura leve, que desenvolveu seu papel de vice-prefeita de Mossoró dentro de uma linha de trabalho e de fidelidade à então prefeita. Angariou seu espaço político, mas abriu mão no momento em que precisou recuar, e agora volta a ser lembrada. É outro nome que se especula na oposição a Allyson. 

Mas o processo está apenas nos primeiros passos. Sinais mais evidentes virão quando findarem as acomodações partidárias entre os contextos das conversas. Por enquanto, quase ninguém sabe em que sigla estará abrigado quando 2024 chegar. Nem mesmo o próprio prefeito Allyson Bezerra.

Por Gilberto de Sousa

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