Foto: Reprodução
Natal já foi um ponto de resistência à governadora Fátima Bezerra (PT) durante as eleições de 2018. Na capital ela perdeu nos dois turnos para o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT).
Fátima chegou ao Governo do Estado com uma votação consagradora no segundo turno (primeira governadora do Rio Grande do Norte a ultrapassar a marca de 1 milhão de sufrágios) graças ao desempenho no interior.
No início da gestão ela até começou com boa aprovação na capital, mas a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus virou um grande problema.
As medidas impopulares tomadas, a falta de publicidade das ações e a derrota da narrativa racional resultou em alta desaprovação na capital.
A pesquisa Seta/Blog do BG apontou que 68% dos natalenses desaprovam seu governo. Ainda 65% discordam da condução dada por ela no combate à pandemia. Quando perguntam se o eleitorado natalense votaria no candidato dela a prefeito a pesquisa mostrou que 76% disseram um sonoro não. Isso reflete na intenção de voto do senador Jean Prates (PT) de apenas 1,7%.
Enquanto isso, o bolsonarismo nada de braçadas na capital. A narrativa cloroquina/ivermectina colou mesmo com as evidências cientificas mostrando que não.
O prefeito Álvaro Dias (PSDB) um entusiasta da ideia de que a ivermectina, um vermífugo, funciona como medicação contra a covid-19, chegou a 61% de aprovação, tem uma maioria de 21% sobre a soma de votos de 13 adversários na disputa pela Prefeitura de Natal e de quebra tem 63% de endosso ao seu trabalho contra a pandemia.
O presidente Jair Bolsonaro, que sempre desdenhou a pandemia e defendia priorizar a economia em vez das vidas tem aprovação de 58% mesmo percentual de apoio a sua atuação contra a pandemia.
Já 54% dizem não votar no candidato indicado pelo presidente.
A governadora perdeu a narrativa em Natal e está desprotegida. Ela já mostrou que não precisa ganhar na capital para chegar ao executivo estadual, mas também não pode dar de ombros para estes números que certamente geram impactos no interior do Rio Grande do Norte.
Por Bruno Barreto
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