sábado, 1 de novembro de 2025

Caos na saúde: Mossoró tem mais de 2.260 pacientes à espera por cirurgia.

Foto: Reprodução

A rede pública de saúde de Mossoró tem uma fila de 2.262 pacientes à espera por uma cirurgia. Conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde, são 1.307 pacientes ginecológicas e 955 pacientes de cirurgias gerais.

Esse é um grave problemas que se arrasta desde 2024 e vem aumentando a cada dia. Em julho deste ano, o Conselho Municipal de Saúde provocou o Ministério Público Estadual (MPRN) para buscar uma solução.

Um documento entregue à 1ª Promotoria da Comarca de Mossoró denunciou que as cirurgias eletivas estavam represadas porque a gestão do prefeito Allyson Bezerra (União Brasil) acumulou dívida com os prestadores de serviços, como a Liga de Mossoró, o Hospital São Luiz e a Associação de Proteção e Assistência à Maternidade e à Infância de Mossoró (APAMIM).

Agora, com o problema cada vez mais agudo, a gestão municipal apresentou proposta para zerar a fila das cirurgias eletivas em quase um ano. De acordo com a proposta, seriam realizadas 300 cirurgias por mês para atender as 2.262 pessoas que esperam por procedimentos cirúrgicos.

O Conselho Municipal de Saúde rejeitou a proposta por falta de credibilidade da gestão municipal. Membros do colegiado lembram que o prefeito Allyson no início de sua gestão, em 2021, fez vídeo dentro de um leito da maternidade Almeida Castro dizendo que estava “zerando” a fila das cirurgias ginecológicas, o que não era verdade. O vídeo da “invasão” do prefeito, que levou a paciente ao constrangimento, viralizou à época e foi motivo de críticas.

Além disso, profissionais que atuam na saúde afirmam que dificilmente o Município conseguiria realizar 300 cirurgias por mês com apenas dois prestadores habilitados: Apamim e Hospital São Luiz.

Além de rejeitar a proposta, o CMS estabeleceu um prazo de 15 dias para a gestão Allyson Bezerra adotar medidas que viabilizem um processo ágil para zerar a fila de espera. A realização de mutirão seria a melhor medida, segundo o conselheiro do segmento usuário Francisco Avelino. O Conselho estabeleceu prazo de 15 dias para a Prefeitura de Mossoró renovar os contratos com as prestadoras de serviço e criar um mutirão para atender o máximo de pessoas de forma urgente.

Luiz Avelino disse à reportagem do Jornal de Fato que o CMS enviou novo ofício ao promotor de justiça Rodrigo Pessoa de Morais, da 1ª Promotoria, reforçando a denúncia de descaso na saúde e, consequentemente, solicitando medidas urgentes. O conselheiro sugere que seja celebrado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Município, estabelecendo prazos para zerar a fila de espera.

Atualmente, o número de procedimentos realizado é insignificante diante da fila de espera e dos novos pacientes que surgem diariamente. De acordo com dados do sistema DATASUS do Ministério da Saúde, o Hospital São Luiz realizou apenas 127 cirurgias em 12 meses, entre julho de 2024 e junho de 2025, uma média de pouco mais de 10 por mês.

Problema começou a se agravar em 2024

O descaso da gestão do prefeito Allyson Bezerra com pacientes que esperam por cirurgia começou a se agravar no segundo semestre de 2024, quando os prestadores de serviços suspenderam o atendimento por falta de pagamento.

O Jornal de Fato denunciou o problema, apresentou o cenário crítico, mas a gestão municipal nada fez. O Ministério Público Estadual até fez recomendações, no entanto, nenhuma medida foi adotada.

Em julho 2025, o conselheiro municipal de Saúde Luiz Avelino provocou o MPRN após exaurir todas as tentativas de diálogo com a gestão Allyson. O Conselho Municipal de Saúde foi ignorado pelo prefeito. Daí, Avelino afirmou ao MPRN que a interrupção das cirurgias foi motivada pela suspensão dos repasses financeiros da Prefeitura de Mossoró às instituições prestadoras de serviço, como a Liga de Mossoró, o Hospital São Luiz e a Associação de Proteção e Assistência à Maternidade e à Infância de Mossoró (APAMIM).

Naquele momento, as informações da Central de Regulação indicavam a lista de mil procedimentos pendentes. O que o Conselho Municipal de Saúde chegou a sugerir uma força-tarefa para realizar várias cirurgias, mas foi ignorado pela gestão Allyson Bezerra.

“Tem mulher sangrando há mais de trinta dias, com quadro de anemia, e sem previsão de cirurgia”, denunciou o conselheiro naquele momento, lembrando que muitas dessas mulheres precisam retirar miomas e, em alguns casos, fazer histerectomia.

Fonte Jornal de Fato

Lula sanciona lei de Moro que endurece combate ao crime organizado.

Foto: Reprodução

Após a repercussão da megaoperação no Rio de Janeiro que tinha como alvo integrantes do Comando Vermelho (CV) o presidente Lula resolveu sancionar um projeto de lei proposta pelo senador Sergio Moro (União Brasil) — ex-juiz da Lava Jato que condenou e levou o ex-presidente para a cadeia por 580 dias.

Sem citar o presidente da República, Moro fez uma postagem na redes sociais em que explica o projeto.

“A conspiração para a prática de atentados contra agentes da lei pelo crime organizado passa a ser crime. Estende a proteção da lei e de escolta a agentes da lei aposentados em situação de risco pelo enfrentamento do crime organizado. Dois importantes avanços. O conflito no Rio de Janeiro confirma a escalada do crime organizado no país. Se não protegermos os agentes da lei que colocam suas vidas em risco para enfrentar o crime organizado, perderemos essa guerra”. 

Igualmente, Lula se manifestou nas redes e também não mencionou “o algoz”.

“Sancionei a Lei 15.245/2025 que aumenta a proteção a agentes públicos que combatem o crime organizado e endurece as punições a quem tenta dificultar estas investigações. O Governo do Brasil não tolera as organizações criminosas e atua para combatê-las com cada vez mais vigor”.

De forma resumida, a lei prevê duas novas modalidades de crime que estão relacionadas à obstrução de investigações e ações contra o crime organizado. No caso da operação no Complexo do Alemão, os integrantes da organização criminosa seriam responsabilidados pelas barricadas feitas para dificultar o acesso das polícias e também pelo lançamento de explosivos por drones.

A pena varia de 4 a 12 anos de prisão. A proposta foi feita por Moro depois que a Polícia Federal descobriu um plano para matá-lo.

A nova lei também amplia a rede de proteção para quem faz o combate direto ao crime organizado para tentar evitar, por exemplo, a morte do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes, que foi assassinado por ordem do PCC.

Agora, juízes, promotores, policiais, inclusive aposentados, além de familiares de servidores poderão receber medidas de segurança quando estiverem sob risco em função da atuação profissional.

Fonte Jornal O Mossoroense