quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Primeira safra do feijão pode ter queda de 10%, aponta associação de produtores.

Foto: Emater Pará

A produção do feijão pode ter uma queda de 10% na primeira safra de 2021, de acordo com o presidente da Instituto Brasileiro de Feijão (Ibrafe) Marcelo Lüders.

Esta previsão é ainda maior do que a feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que foi de um declínio de 6,5% em relação a do ano passado.

Apesar da perspectiva de queda nesta primeira colheita, o feijão possui três safras no ano. Para a Conab, a soma delas proporcionará 3.250 mil toneladas do produto, o que representa um aumento de 0,9% comparado ao total do ano anterior.

Lüders explicou ao G1 que a estimativa da Ibrafe considera que as plantações de feijão tiveram uma diminuição na área plantada por causa de um maior interesse dos agricultores no plantio de soja, já que o grão está com o preço mais atrativo.

Em Mato Grosso, o mesmo aconteceu, mas tendo o milho como substituto do feijão nas plantações, segundo Lüders.

Além disso, o presidente da Ibrafe acredita que problemas climáticos podem interferir no resultado desta primeira safra, principalmente no sul do país:

“O Paraná, que representa 20% da plantação nacional, tem enfrentado problemas climáticos nos últimos 3 anos.”, comenta.

Para Lüders, em 2021 estes empecilhos se repetirão caso o plantio tenha que enfrentar o inverno sulista.

“A partir do final de março você começa a ter noites mais frias e os dias começam a encurtar, então o ciclo do feijão aumenta. Se você não tinha o risco porque as geadas não iriam chegar tão cedo, você passa a ter o risco porque alongou o ciclo.”

O ciclo do feijão por ser esticado por causa de um plantio mais tardio, devido ao atraso na colheita da soja, explica Lüders.

Preços mais altos

Normalmente, os produtores de feijão trabalham com uma margem de sobra. Porém, com a redução da área de plantio, somado ao aumento do consumo gerado durante o isolamento social, estes estoques zeraram.

Por isso, o presidente da Ibrafe acredita que o preço pode subir como consequência na diminuição da oferta.

Para a Ibrafe, outro fator que vai incentivar uma elevação do preço é um aumento em outros grãos, que pode acabar puxando o valor do feijão.

Ainda assim, a Ibrafe defende que o feijão brasileiro é um dos mais baratos no mercado.

Por Portal G1

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