segunda-feira, 13 de julho de 2020

Saudade de um abraço? Contraindicado na quarentena, gesto pode ser substituído por ações.

Foto: Reprodução

A frase título desta página resume, para muita gente, o sentimento desde que a pandemia do novo coronavírus se instalou. Nem praia nem balada nem mesmo estádio de futebol. Estudo da ESPM já apontou que é de um bom abraço que o carioca mais sente falta na quarentena, resposta de 84% dos entrevistados ainda no primeiro mês de isolamento. Enquanto a saudade do contato físico aperta e as autoridades sanitárias não liberam, especialistas apontam gestos que podem substituir o efeito terapêutico de abraçar. Para um “novo normal”, um “novo abraço”.

Verbalizar sentimentos, aproximar-se do outro usando novas tecnologias, como videochamada, ou algumas bem antigas, como o envio de uma carta, são alternativas de demonstrar afeto que podem equivaler ao abraço, tanto para quem faz como para quem recebe.


Para a psicóloga Márcia Tassinari, professora da Universidade Santa Úrsula, embora não seja possível uma substituição literal do gesto, podemos representá-lo com atitudes e palavras.

— O abraço é a forma de duas ou mais pessoas, em contato, expressarem afinidades, calor humano e afeto — diz ela, observando que novas formas de expressar da afetividade fazem parte de um aprendizado.

Para a psiquiatra Roberta França, a necessidade de isolamento social tornou mais evidente a falta do abraço.

— O vídeo é a forma mais fácil de minimizar essa ausência — acredita.

De fato, as videochamadas são o recurso mais utilizado por 88% dos 2.017 entrevistados numa pesquisa sobre uso de aplicativos no Brasil, pela Mobile Time/Opinion Box, divulgada em meados de junho.

— Sinto falta do calor humano que só o abraço pode proporcionar, mas nesse momento (a videochamada) é o que dá para fazer, não deixa de ser uma demonstração de carinho — diz a jornalista Lidiane Barbosa, de 39 anos, moradora de Vila Isabel, que recorre a videoconferências para estar em contato com amigos e parentes, como os avós idosos, que não vê desde o início da pandemia.

Mas vale até “ressuscitar” a cartinha, menos fácil do que um clique no celular e, por isso, cheia de significado. O envelope e selo levam com ele toda a intenção do afeto. Fazer um telefonema, dar um mimo ou mesmo um sorriso ajudam a demonstrar atenção e preocupação com o outro.

A psicóloga Andreia Dumas também acha que o abraço pode ser simbolizado de outras formas, verbalizando os sentimentos ou mesmo presenteando.

— O abraço produz uma sensação de bem estar, produz um sentimento de segurança e de felicidade. Por isso é tão importante. É uma forma de expressar afeto e para a maior parte da pessoas só traz sensações positivas, que vão variar conforme o vínculo entre quem abraça e quem é abraçado - explica.

Por Extra Online

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