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A senadora Zenaide Maia (Pros-RN) denunciou, no plenário do Senado, a queda na imunização de crianças de até cinco anos no Brasil e a falta de investimento na produção nacional de vacinas contra doenças que podem ser mortais nessa faixa etária.
Dados do Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde, mostram que a cobertura da pentavalente, que em 2014 era de 95%, recuou para 70% em 2019. No mesmo período, a aplicação da primeira dose contra difteria, tétano e coqueluche (DTP) caiu de 86% para 56%. “O Brasil tinha a maior cobertura vacinal pública e gratuita do mundo, as nossas campanhas de vacinação eram modelo respeitado por outros países. A gente tem que acordar, senão vamos ter a volta de epidemias de tuberculose, difteria e coqueluche! Já temos quase 140 mil mortos por covid e podem vir mais mortes, por doenças que já estavam erradicadas”, alertou a senadora.
Além da falta de campanhas para estimular a vacinação infantil, há o problema do desabastecimento: duas fábricas de vacinas, do Instituto Butantan sofreram interdições e não recebem recursos para melhoramentos, o que reduziu o estoque de doses contra difteria, tétano, coqueluche e tuberculose.
"O Brasil já foi o maior produtor de vacinas da América do Sul. Tiraram os recursos do Instituto Butantan e, hoje, o privado é quem fornece”, lamentou a senadora, ao lembrar que o país importa doses e depende de fornecedores que, de uma hora para outra, podem decidir mudar a sua linha de produção para vacinas mais lucrativas. “O privado não vai ter interesse em fornecer vacinas de baixo custo, ele vai investir onde recebe mais”, finalizou Zenaide.
Por Saulo Vale
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