Após assinar a venda do Polo Potiguar para a 3R Petroleum por US$ 1,38 bilhão em janeiro, a Petrobras deve encerrar suas operações de produção de petróleo e gás no Rio Grande do Norte até o primeiro trimestre de 2023, quando pretende encerrar a transição dos campos maduros em terra e em águas rasas na costa potiguar para a nova concessionária.
O polo envolve 22 concessões de campos de produção, junto com a infraestrutura de processamento, refino, logística, armazenamento, transporte e escoamento de petróleo e gás natural, localizadas na Bacia Potiguar.
Após a compra, a 3R ficará com cerca de 80% da estrutura montada pela Petrobras no estado ao longo de mais de 40 anos. Outros polos foram adquiridos também por outros produtores independentes. O início da transição ainda depende do resultado da análise da venda pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
"Não vai existir uma descontinuidade de operações. De fato, é uma transferência de operações para a empresa 3R. Então, tão logo o Cade aprovar, a gente inicia trabalhos de transição com a empresa. Não existe uma data firme, mas a expectativa que nós temos é o primeiro trimestre de 2023 para que a Petrobras deixe de ser a responsável direta pelas operações e transfira a responsabilidade para a empresa 3R", disse Paulo Marinho, gerente geral da unidade de produção da Petrobras no Rio Grande do Norte e no Ceará.
Uma audiência pública realizada na tarde desta quinta-feira (17) na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte discutiu a transição do setor de petróleo no estado. Representantes do poder público comemoraram a mudança como um renascimento da cadeia produtiva do petróleo.
"É um momento novo da economia do Rio Grande do Norte, depois da desistência, por opção, da Petrobras, de continuar investindo depois de 40 anos de presença em nosso estado, onde contribuiu também para o nosso desenvolvimento. Mas chega uma empresa nova, com bons projetos, uma empresa que já estava instalada há dois anos operando na região de Macau e Areia Branca com sucesso. Nossa expectativa é realmente que esses investimentos voltem a acontecer, que a gente possa recuperar os empregos perdidos e gerar outros mais, atraindo também outros investimentos em torno da indústria", afirmou o deputado Hermano Morais.
Representando o governo do estado, o secretário de Planejamento, Aldemir Freire, deu boas-vindas à nova empresa e apresentou três demandas do estado em relação à produção de petróleo.
"Nós esperamos da indústria de petróleo e gás uma maior oferta tanto de petróleo como de gás aqui no Rio Grande do Norte. Queremos também uma maior participação, um maior nível de processamento, refino do petróleo e do gás produzido aqui no estado - queremos agregar valor a esse petróleo. E, por fim, que a maior produção e a maior agregação de valor impactem também num maior nível de aquisições de bens e serviços de empresas e contratação de trabalhadores aqui do Rio Grande do Norte", declarou.
De acordo com ele, cerca de 20% da arrecadação de ICMS do estado vem de combustíveis e o setor petrolífero representa quase 50% do PIB industrial potiguar.
Por outro lado, a saída da Petrobras e a chegada de novos operadores ainda deixa em alerta entidades como o Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Norte (Sindipetro). De acordo com o presidente do sindicato, Ivis Corsino, cerca de 12 a 13 mil empregos diretos foram perdidos entre 2015 e 2022, no estado.
Por Portal Potiguar
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